12/07/2007

Sobre a simplicidade


Eu sempre leio e ouço críticas contra o trabalho do Paulo Coelho. Intelectuais escrevem, e professores gritam que suas obras são pobres, sem imaginação, além de serem carregados de erros ortográficos.

Dos professores não tenho visto publicações extensas para avaliar se são bons como exigem dos outros. E dos textos dos intelectuais, publicados em revistas e blogs, fico com a impressão que são escritos para um seleto clube de leitores acostumados a livros grossos e maçantes, parte de bibliografias de algum curso universitário.

Paulo Coelho escreve sobre temas que ocupam boa parte do dia de todos nós, mas que, por 'falta' de tempo, não dedicamo-lhes sequer um minuto. São temas que guardamos no recôndito de nossas almas: medos, angústias, solidão, desejos e sonhos.

Acredito que o sucesso do Paulo Coelho advém da maneira simples dele escrever, sem a pretensão de filosofar.

Para os críticos do escritor e para os que acham que escrever tem que ser complicado, segue uma estorinha retirada do blog do próprio Paulo.

"Do que não é importante

Atravessavam o deserto um administrador, um pintor, um poeta e um crítico. Certa noite, para matar o tempo, resolveram descrever o camelo que os acompanhava.

O administrador entrou na tenda; em dez minutos fez um relato objetivo sobre sua importância. O poeta também usou dez minutos para descrever, em belos versos, a nobreza do animal. O pintor, em traços rápidos, brindou seus amigos com um desenho. Finalmente, o crítico entrou na tenda. Saiu duas horas depois, quando todos já se aborreciam com a demora.

“Eu tentei ser rápido, mas descobri erros no animal”, disse o crítico. “Ele não corre. Ele é incômodo. Ele é feio”.

E estendeu um calhamaço de páginas para os amigos, intitulado: “o camelo perfeito, ou como Deus devia ter criado o camelo."

Um comentário:

Anônimo disse...

Simplesmente sem palavras a respeito do texto acima...
Paulo Coelho é nú e crú...O problema que incomoda mtos por aí é alta vendagem dele...