18/10/2007

Ambiente social influencia identidade de imigrante

Relatório divulgado pelo governo alemão mostra que o meio em que os imigrantes vivem tem maior influência na formação da sua identidade do que as origens e a religião.

Embora fatores como etnicidade, religião e histórico de migração desempenhem um papel importante no dia-a-dia dos imigrantes, os seus atuais ambientes sociais são muito mais importantes para a formação da sua identidade, afirma o estudo.

O relatório é baseado em 104 entrevistas e distinguiu oito ambientes sociais de imigrantes, indo de "religiosamente enraizado" – pessoas baseadas em valores morais rigorosos e conservadores – até o meio "intelectual cosmopolita" – com atitudes tolerantes e mais liberais.

Gerd Hoofe, vice-ministro alemão, disse que "os imigrantes estão dispostos a se integrar, mas eles também não querem esquecer suas raízes". O vice-ministro acrescentou que nível de educação e urbanidade também são fatores determinantes. Já para o psicólogo Bodo Flaig, que participou do estudo, o relatório comprova que a vida dos imigrantes não é determinada pela religião.

Também nesta semana, a chanceler Angela Merkel disse que a Alemanha deve tomar medidas para tornar o sucesso educacional menos dependente do contexto social. "Não podemos negligenciar um único talento."

De acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o sistema escolar alemão aparece em último lugar no ranking das 17 nações industrializadas quando se trata de apoio a crianças imigrantes.

Na Europa, a Alemanha aparece no grupo intermediário no que diz respeito à integração de trabalhadores estrangeiros. Ela ficou no 14º lugar entre os 28 países estudados para o MPIEX, um índice que mede as políticas de integração de imigrantes.

A Suécia foi considerada o país que melhor ajuda os imigrantes a se sentirem bem-vindos, enquanto a Letônia ficou com a pior posição.

O estudo constatou que, em geral, os países da UE são bons em ajudar os imigrantes a se tornar moradores de longo prazo, mas não criam facilidades para quem quer se tornar um cidadão com plenos direitos.

Os autores do estudo disseram que não pretendem desmascarar e constranger ninguém, ao contrário, querem com isso estimular os governos nacionais a usarem suas conclusões como instrumentos para guiar futuras políticas de integração.

A Europa tem estimadamente 20 milhões de imigrantes legais. Na Alemanha, há mais de 15 milhões de pessoas com um histórico de migração, ou 19% da população.

DW

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