13/10/2008

Milan Kundera delatou um jovem à polícia comunista


O jornal El País de hoje reproduz uma revelação feita pela revista tcheca Respekt.

A publicação explica que Kundera foi a pessoa que informou à polícia que o jovem Miroslav Dvoracek mantivera contatos com os serviços de inteligência ocidentais.

Como consequência, Dvoracek foi preso e sentenciado a pena de morte, transformada em 22 anos de prisão e trabalhos forçados.

Dvoracek, que atualmente vive na Suécia, acreditava até então que o denunciante fora uma jovem que o visitara em seu quarto.

Kundera, nascido na República Checa (então Checoslovaquia) em 1929, se filiou ao Partido Comunista no final da Segunda Guerra Mundial. Foi expulso em 1948. Apesar de sua militância, o escritor sempre foi um crítico mordaz do socialismo.

Sua principal obra 'A insustentável leveza do ser' convertera-se em uma importante referência sobre a dissidência na Europa Oriental durante a Guerra Fria.

Desde 1975 reside na França, país do qual adquiriu a nacionalidade.

Essa história do Kundera me lembra de outro escrito e prêmio Nobel de Literatura, Guenther Grass, que pertenceu às SS nazista, mas que durante toda a vida de escritor sonegou a informação. Tinha por hábito xingar quem prestava homenagem aos seus antigos aliados.

Para elevar o número das vendas de sua autobiografia, revelou o mal feito.

Não fosse o dinheiro, o segredo teria sido enterrado com ele quando morresse.

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