16/11/2009

Estudantes alemães ocupam universidades em protesto


Estudantes alargaram os protestos contra o pagamento de propinas ocupando instalações de universidades em Berlim e Munique.

Em Munique, centenas de estudantes ocuparam a Aula Magna da Universidade Ludwig Maximilian e resolveram manter-se em debate permanente sobre a reforma do ensino superior naquelas instalações.

Em Berlim, estudantes da Universidade Livre e da Universidade Humboldt ocuparam também salas de aula e fizeram plenários para aprovar moções de protesto. As ocupações deverão manter-se nos próximos dias, disse um porta-voz dos manifestantes.

Em Tuebingen, no sul da Alemanha, a polícia pôs fim à ocupação da Universidade local por cerca de 200 estudantes, que depois de alguma resistência abandonaram pacificamente o campus universitário.

Outras reitorias, como as das universidades de Berlim, por exemplo, preferiram dialogar com os estudantes e negociar um prazo para abandonarem as salas de aulas.

Segundo a comissão coordenadora dos protestos, os estudantes ocuparam instalações universitárias em 20 cidades do país.

Tudo começou há alguns dias na Universidade de Viena (Áustria), onde um grupo de estudantes exigiu melhores condições de trabalho e estudo.

Entretanto, os protestos alastraram a vários países da Europa, embora as revindicações sejam diferentes.

Os estudantes alemães exigem sobretudo a abolição do pagamento de propinas e criticam a implementação dos chamados cursos de Bolonha, que se destinam a unificar o ensino superior na União Europeia, e a substituir as clássicas licenciaturas de cinco anos por um bacharelato de três anos, seguido ou não por um mestrado de dois anos.

Em declarações à emissora pública SWR, a ministra do Ensino Superior alemã, Annete Schavan, pediu aos governos estaduais, que constitucionalmente têm a tutela do ensino, para acelerarem as reformas do Processo de Bolonha.

"A política educativa tem de ser credível e as matérias desnecessárias têm de ser suprimidas dos cursos, para aliviar a carga horária dos estudantes", defendeu a ministra democrata-cristã.

A oposição alemã solidarizou-se com os estudantes e acusou Annete Schavan de culpar os governos estaduais pela má situação no ensino superior.

Fonte: Jornal Expresso - Portugal


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