23/11/2010

A importância da educação

Breve resposta à mãe de um dos delinquentes autores do ataque da Av. Paulista no dia 14/11/2010

Esta senhora, ao sair da delegacia, se deparou com a vítima, abaixo, desfigurado por hematomas, cortes e graves riscos de cegueira, por cacos de vidro de lâmpadas fluorescentes. Ao vê-lo, destilou seu ódio, não ao filho querido, mas sim à vítima, talvez, por ter sido obrigada a interromper seu cotidiano e ter que resgatá-lo de um local nada confortável para sua classe social.



Sra. Soraia Costa, vosso filho é um animal, que me perdoem os animais, mas sabemos que algumas espécies, tem no instinto, o territorialismo, atacando outros da mesma espécie que não fazem parte da matilha, como seria o caso mais apropriado ao vosso “pimpolho”. Claro que lhe falta a educação e noções básicas de convívio em sociedade e que na verdade, locais como a Avenida Paulista, que é a “vitrine” de uma São Paulo próspera, segundo avaliação (sociopata) de pessoas como seu filho e seus “ilustres” amigos, deveria ser frequentada apenas por pessoas da mesma “tribo” : filhos de classe média, com roupinhas de grife e definição sexual idênticas. Para eles, a simples existência de pessoas que destoem de sua visão obtusa do padrão, é motivo para ataques, no caso, de forma covarde.

Porque covarde Sra. Soraia Costa ? Porque na verdade, não foi uma simples briga conforme reclamastes ameaçadoramente, à pobre vítima, que ousou fazer um boletim de ocorrência, conforme manifestastes. Foi um ataque traiçoeiro, pelas costas, gratuito (no vídeo vemos que as vítimas caminhavam cabisbaixas e tranquilamente), estando o atacado desarmado e distraído. Covarde também minha senhora, porque como todo animal capturado e acuado, seu filhote, chorou covardemente na delegacia, assim como o fazem os cães presos pela carrocinha, uivando e achando-se vítimas de injustiças.

No século passado, num período muito negro da Alemanha, decidiu-se que alguns cidadãos não eram merecedores de trafegar na mesma calçada que os “puros”. O final deste comportamento é de conhecimento geral.

A educação, minha senhora, começa na infância e se dá principalmente através do exemplo familiar. Não tentes relegar isto à educação do Estado ou ao Ensino Privado. Ninguém é obrigado à tolerar filhos de terceiros. Felizmente, alcançamos no Brasil, o status de funcionamento maduro das Instituições, e cenas deploráveis como estas, não terão mais vez em um país democrático .

Segue abaixo uma transcrição a respeito do valor da educação (no vosso caso a palavra correta seria adestramento) para quem sonha com a paz e convívio harmonioso, como deveria ser em um país que aponta para o crescimento social.
Não me leves à mal, temo que o crescimento da intolerância poderá fazer cada vez mais vítimas, entre elas vossa família, quando à duras penas, descobrimos que a dor do outro é idêntica à nossa.

“LICURGO FOI UM LEGISLADOR GREGO QUE DEVE TER VIVIDO NO SÉC. QUARTO ANTES DE CRISTO.

Convidado a proferir uma palestra a respeito de educação. Aceitou o convite mas pediu, no entanto, o prazo de seis meses para se preparar. O fato causou estranheza, pois todos sabiam que ele tinha capacidade e condições de falar a qualquer momento sobre o tema, e por isso o convidaram.

Transcorridos os seis meses, compareceu perante a assembléia em expectativa. Postou-se à tribuna e logo em seguida entraram dois criados, cada qual portando duas gaiolas. Em cada uma havia um animal, sendo duas lebres e dois cães.

A UM SINAL PREVIAMENTE ESTABELECIDO, UM DOS CRIADOS ABRIU A PORTA DE UMA DAS GAIOLAS E A PEQUENA LEBRE, BRANCA, SAIU A CORRER, ESPANTADA.

LOGO EM SEGUIDA O OUTRO CRIADO ABRIU A GAIOLA EM QUE ESTAVA O CÃO E ESTE SAIU EM DESABALADA CORRERIA AO ENCALÇO DA LEBRE. ALCANÇOU-A COM DESTREZA, TRUCIDANDO-A RAPIDAMENTE.

A cena foi grotesca e chocou a todos. Uma grande admiração tomou conta da assembléia os corações pareciam saltar do peito. Ninguém conseguia entender o que Licurgo desejava com tal agressão. Mesmo assim, ele nada falou.

TORNOU A REPETIR O SINAL CONVENCIONADO E A OUTRA LEBRE FOI LIBERTADA. A SEGUIR, O OUTRO CÃO.

O POVO MAL CONTINHA A RESPIRAÇÃO. ALGUNS, MAIS SENSÍVEIS, LEVARAM AS MÃOS AOS OLHOS PARA NÃO VER A REPRISE DA MORTE BÁRBARA DO INDEFESO ANIMALZINHO QUE CORRIA E SALTAVA PELO PALCO. NO PRIMEIRO INSTANTE, O CÃO INVESTIU CONTRA A LEBRE. CONTUDO, EM VEZ DE ABOCANHÁ-LA, BATEU-LHE COM A PATA E ELA CAIU. LOGO A LEBRE ERGUEU-SE E SE PÔS A BRINCAR COM O CÃO. PARA SURPRESA DE TODOS, OS DOIS FICARAM A DEMONSTRAR TRANQÜILA CONVIVÊNCIA, SALTITANDO DE UM LADO A OUTRO DO PALCO.

ENTÃO, E SOMENTE ENTÃO, LICURGO FALOU:

SENHORES, ACABAIS DE ASSISTIR A UMA DEMONSTRAÇÃO DO QUE PODE A EDUCAÇÃO. AMBAS AS LEBRES SÃO FILHAS DA MESMA MATRIZ, FORAM ALIMENTADAS IGUALMENTE E RECEBERAM OS MESMOS CUIDADOS. ASSIM, IGUALMENTE, OS CÃES. A DIFERENÇA ENTRE OS PRIMEIROS E OS SEGUNDOS É, SIMPLESMENTE, A EDUCAÇÃO”.


By Hector (22/11/10)

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