"Trens especiais para a morte" é o nome da exposição que retrata o papel das estradas de ferro alemãs na deportação de milhões de judeus e ciganos da etnia sinti e roma para os campos de extermínio no Holocausto.
Foi aberta nesta quarta-feira (23/01), na Estação Ferroviária Potsdamer Platz, em Berlim, a exposição Trens especiais para a morte. Em 40 painéis, ela procura relatar o papel da então companhia ferroviária alemã Reichsbahn na deportação de vítimas do Holocausto para os campos de extermínio nazistas.
Elaborada em cooperação com o Museu Alemão da Técnica e a Fundação Nova Sinagoga de Berlim - Centrum Judaicum, a exposição tem como iniciadora Beate Klarsfeld, pesquisadora franco-alemã do Holocausto. Ela organizou semelhante mostra em estações ferroviárias francesas, reportando a deportação de crianças do país.
Durante anos, Klarsfeld brigou com o chefe da companhia ferroviária alemã Deutsche Bahn, Hartmut Mehdorn, para conseguir montar sua exposição, que seguirá para outras cidades alemãs, após Berlim.
Exposição polêmica
Segundo o chefe da Deutsche Bahn, o tema seria "sério demais" para ser que os as pessoas se ocupassem apressadamente dele, a caminho de pegar o trem. Somente a Mehrdorn caberia decidir sobre a forma de recordar os crimes da Reichsbahn.
A disputa entre Beate Klarsfeld e Hartmut Mehdorn só foi resolvida após a intervenção do ministro alemão dos Transportes, Wolfgang Tiefensee (SPD), em 2006.
Outro ponto polêmico de Trens especiais para a morte foi a escolha do seu local. Afinal, a exposição que lhe deu origem aconteceu sempre nas "maiores estações ferroviárias francesas", afirmou Klarsfeld na abertura da mostra na Estação Potsdamer Platz.
Apesar de ser bastante visitada e estar situada no centro da capital alemã, a Potsdamer Platz é apenas uma estação regional. A jornalista e editora Lea Rosh critica o fato de não se haver escolhido a Estação Central de Berlim para sediar a mostra.
Papel explícitado
De qualquer forma, a abertura da exposição instalada em 200 metros quadrados nas instalações subterrâneas da Potsdamer Platz atraiu um grande número de visitantes. O chefe da Companhia Ferroviária Alemã não pôde estar presente, por se encontrar de viagem.
Além de fotos das vítimas, a mostra documenta o papel da Reichsbahn nas deportações para os campos de concentração.
Como afirma o semanário Die Zeit, tal papel pode ser entendido quando se lê, por exemplo, num dos painéis, a correspondência entre o ajudante pessoal de Heinrich Himmler, que comandava a SS, tropa de elite nazista, e o vice-chefe da Reichsbahn alemã, Albert Ganzenmüller.
"Recebi com grande prazer sua notícia de que, já há 14 dias, circula um trem diário com 5 mil membros do povo escolhido para Treblinka e, desta forma, estamos aptos a abarcar a tarefa do transporte populacional em tempo hábil", escrevia cinicamente Karl Wolff, ajudante de Himmler.
Trens especiais para a morte poderá ser visitada até 11 de fevereiro próximo, na estação ferroviária regional berlinense Potsdamer Platz. Em seguida, a exposição segue para as cidades de Halle, Münster e Schwerin. (ca-dw)
Foi aberta nesta quarta-feira (23/01), na Estação Ferroviária Potsdamer Platz, em Berlim, a exposição Trens especiais para a morte. Em 40 painéis, ela procura relatar o papel da então companhia ferroviária alemã Reichsbahn na deportação de vítimas do Holocausto para os campos de extermínio nazistas.
Elaborada em cooperação com o Museu Alemão da Técnica e a Fundação Nova Sinagoga de Berlim - Centrum Judaicum, a exposição tem como iniciadora Beate Klarsfeld, pesquisadora franco-alemã do Holocausto. Ela organizou semelhante mostra em estações ferroviárias francesas, reportando a deportação de crianças do país.
Durante anos, Klarsfeld brigou com o chefe da companhia ferroviária alemã Deutsche Bahn, Hartmut Mehdorn, para conseguir montar sua exposição, que seguirá para outras cidades alemãs, após Berlim.
Exposição polêmica
Segundo o chefe da Deutsche Bahn, o tema seria "sério demais" para ser que os as pessoas se ocupassem apressadamente dele, a caminho de pegar o trem. Somente a Mehrdorn caberia decidir sobre a forma de recordar os crimes da Reichsbahn.
A disputa entre Beate Klarsfeld e Hartmut Mehdorn só foi resolvida após a intervenção do ministro alemão dos Transportes, Wolfgang Tiefensee (SPD), em 2006.
Outro ponto polêmico de Trens especiais para a morte foi a escolha do seu local. Afinal, a exposição que lhe deu origem aconteceu sempre nas "maiores estações ferroviárias francesas", afirmou Klarsfeld na abertura da mostra na Estação Potsdamer Platz.
Apesar de ser bastante visitada e estar situada no centro da capital alemã, a Potsdamer Platz é apenas uma estação regional. A jornalista e editora Lea Rosh critica o fato de não se haver escolhido a Estação Central de Berlim para sediar a mostra.
Papel explícitado
De qualquer forma, a abertura da exposição instalada em 200 metros quadrados nas instalações subterrâneas da Potsdamer Platz atraiu um grande número de visitantes. O chefe da Companhia Ferroviária Alemã não pôde estar presente, por se encontrar de viagem.
Além de fotos das vítimas, a mostra documenta o papel da Reichsbahn nas deportações para os campos de concentração.
Como afirma o semanário Die Zeit, tal papel pode ser entendido quando se lê, por exemplo, num dos painéis, a correspondência entre o ajudante pessoal de Heinrich Himmler, que comandava a SS, tropa de elite nazista, e o vice-chefe da Reichsbahn alemã, Albert Ganzenmüller.
"Recebi com grande prazer sua notícia de que, já há 14 dias, circula um trem diário com 5 mil membros do povo escolhido para Treblinka e, desta forma, estamos aptos a abarcar a tarefa do transporte populacional em tempo hábil", escrevia cinicamente Karl Wolff, ajudante de Himmler.
Trens especiais para a morte poderá ser visitada até 11 de fevereiro próximo, na estação ferroviária regional berlinense Potsdamer Platz. Em seguida, a exposição segue para as cidades de Halle, Münster e Schwerin. (ca-dw)
Nenhum comentário:
Postar um comentário