Cannes começa com 5 minutos de aplausos a diretor brasileiro
O diretor brasileiro Fernando Meirelles e sua equipe foram recebidos com mais de cinco minutos de aplausos, logo após a exibição de Blindness na sessão de abertura do 61.º Festival de Cannes, nesta quarta-feira (14). Antes, em uma sessão exclusiva para a imprensa, o filme foi recebido com silêncio.
Blindness foi exibido nesta mesma noite para os jurados e o público em geral. Desta vez, foi aplaudido. Meirelles, a atriz norte-americana Julianne Moore, a brasileira Alice Braga, o ator mexicano Gael García Bernal e os demais membros do elenco abriram o evento em grande estilo.
Sean Penn, presidente do júri do festival este ano, disse na coletiva de imprensa, pouco antes de começar a cerimônia que "a tarefa de ser jurado é muito difícil. Temos longos dias de trabalho por aí, mas já adianto, não é porque temos amigos concorrendo que isso vai facilitar algum prêmio. Se o filme for bom, merece ser destacado. Se não, não".
Apesar de não ter provocado palmas calorosas logo após o término da sessão desta manhã, Blindness foi bem recebido pela imprensa internacional. "Este filme provoca mesmo estranhamento. Em todas as pré-sessões que fizemos até agora, todo mundo saiu um pouco calado e refletindo", comentaram as produtoras Bel Berlinck e Andrea Barata Ribeiro.
Para Julianne Moore, este também é um filme que a deixou muito feliz, por ser um caso raro de produção realmente internacional. "Só tinham três americanos na equipe: eu, o Mark Rufallo e o Denny Glover. O resto era brasileiro, mexicano, japonês, canadense, era uma produção global de verdade. Essa é uma tendência que só vai aumentar", disse a atriz, que no filme é a mulher do médico interpretado por Rufallo, a única que não fica cega.
"Este é o meu modelo de cinema ideal. Cada vez mais quero fazer produções assim", afirmou Meirelles. Há grande expectativa por Blindness. O romance do escritor português José Saramago usa a cegueira para tecer uma metáfora sobre o mundo que se recusa a ver a loucura e o caos em que o consumismo e a degradação do meio ambiente estão nos atirando, com conseqüências seriíssimas para o futuro da humanidade.
É outra espécie de violência, distinta daquela que Fernando Meirelles enfocou em Cidade de Deus, com o qual pisou pela primeira vez no tapete de Cannes. Visualmente, o filme vai surpreender, pois o diretor e seu grande fotógrafo, César Charlone, se valeram da cegueira branca descrita pelo autor do Prêmio Nobel de Literatura para fazer o contrário do que se espera de um filme sobre a cegueira - em vez de áreas de sombras, eles criam imagens saturadas de luz.
Mais chances
O Brasil chega a Cannes com força total. Além de Linha de Passe, que compete pela bandeira do Brasil, a seleção oficial exibe também A Festa da Menina Morta, de Matheus Nachtergaele, na mostra Um Certo Olhar e mais algumas atrações que não deverão passar em branco.
O documentário O Mistério do Samba, de Carolina Jabor e Lula Buarque de Hollanda, foi selecionado para a mostra Cinéma à la Plage, que apresenta filmes à noite, ao ar livre, na praia colada ao calçadão conhecido como Croisette, e os curtas Areia, de Caetano Gotardo, e A Espera, de Fernanda Teixeira, integram a programação de outra mostra, a da Semana da Crítica.
Um terceiro curta, Muro, de Tião, Leonardo Lacca e Raul Luna, foi selecionado para a Quinzena dos Realizadores e mais um - o quarto - O Som e o Resto, de André Lavaquial, da Escola de Cinema Darcy Ribeiro, do Rio, compete na mostra da Cinéfondation.
Da Redação, com informações da Agência Estado
Blindness foi exibido nesta mesma noite para os jurados e o público em geral. Desta vez, foi aplaudido. Meirelles, a atriz norte-americana Julianne Moore, a brasileira Alice Braga, o ator mexicano Gael García Bernal e os demais membros do elenco abriram o evento em grande estilo.
Sean Penn, presidente do júri do festival este ano, disse na coletiva de imprensa, pouco antes de começar a cerimônia que "a tarefa de ser jurado é muito difícil. Temos longos dias de trabalho por aí, mas já adianto, não é porque temos amigos concorrendo que isso vai facilitar algum prêmio. Se o filme for bom, merece ser destacado. Se não, não".
Apesar de não ter provocado palmas calorosas logo após o término da sessão desta manhã, Blindness foi bem recebido pela imprensa internacional. "Este filme provoca mesmo estranhamento. Em todas as pré-sessões que fizemos até agora, todo mundo saiu um pouco calado e refletindo", comentaram as produtoras Bel Berlinck e Andrea Barata Ribeiro.
Para Julianne Moore, este também é um filme que a deixou muito feliz, por ser um caso raro de produção realmente internacional. "Só tinham três americanos na equipe: eu, o Mark Rufallo e o Denny Glover. O resto era brasileiro, mexicano, japonês, canadense, era uma produção global de verdade. Essa é uma tendência que só vai aumentar", disse a atriz, que no filme é a mulher do médico interpretado por Rufallo, a única que não fica cega.
"Este é o meu modelo de cinema ideal. Cada vez mais quero fazer produções assim", afirmou Meirelles. Há grande expectativa por Blindness. O romance do escritor português José Saramago usa a cegueira para tecer uma metáfora sobre o mundo que se recusa a ver a loucura e o caos em que o consumismo e a degradação do meio ambiente estão nos atirando, com conseqüências seriíssimas para o futuro da humanidade.
É outra espécie de violência, distinta daquela que Fernando Meirelles enfocou em Cidade de Deus, com o qual pisou pela primeira vez no tapete de Cannes. Visualmente, o filme vai surpreender, pois o diretor e seu grande fotógrafo, César Charlone, se valeram da cegueira branca descrita pelo autor do Prêmio Nobel de Literatura para fazer o contrário do que se espera de um filme sobre a cegueira - em vez de áreas de sombras, eles criam imagens saturadas de luz.
Mais chances
O Brasil chega a Cannes com força total. Além de Linha de Passe, que compete pela bandeira do Brasil, a seleção oficial exibe também A Festa da Menina Morta, de Matheus Nachtergaele, na mostra Um Certo Olhar e mais algumas atrações que não deverão passar em branco.
O documentário O Mistério do Samba, de Carolina Jabor e Lula Buarque de Hollanda, foi selecionado para a mostra Cinéma à la Plage, que apresenta filmes à noite, ao ar livre, na praia colada ao calçadão conhecido como Croisette, e os curtas Areia, de Caetano Gotardo, e A Espera, de Fernanda Teixeira, integram a programação de outra mostra, a da Semana da Crítica.
Um terceiro curta, Muro, de Tião, Leonardo Lacca e Raul Luna, foi selecionado para a Quinzena dos Realizadores e mais um - o quarto - O Som e o Resto, de André Lavaquial, da Escola de Cinema Darcy Ribeiro, do Rio, compete na mostra da Cinéfondation.
Da Redação, com informações da Agência Estado
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