01/04/2008

Alemães do Brasil são 'mais típicos que na Alemanha', diz 'Der Spiegel'

Marcelo Crescenti
De Frankfurt para a BBC Brasil

Em sua edição desta semana a Der Spiegel, principal revista semanal da Alemanha, diz que quem quiser saber o que é típico alemão deve ir a Pomerode, em Santa Catarina.

É assim que começa uma reportagem de quatro páginas sobre a cidade do sul do Brasil publicada na revista que é lida por 1 milhão de pessoas na Alemanha.

O longo artigo conta a história de Pomerode e mostra como as tradições alemãs continuam vivas mais de 200 anos depois da chegada dos primeiros imigrantes.

Segundo a Der Spiegel, em alguns aspectos Pomerode chega a ser até mais alemã que a própria Alemanha.

Por exemplo, os pratos alemães servidos em restaurantes são fartos como no passado, enquanto a cozinha atual alemã prefere evitar gorduras e calorias, seguindo tendências internacionais.

A revista aponta também para o fato de a pequena cidade em Santa Catarina ter cinco grupos de dança folclórica e 16 Schützenvereine, clubes de tiro com costumes tradicionais alemães.

'Pomerode-Deutsch'

O repórter Carsten Holm elogia os descendentes de alemães que vivem em Pomerode dizendo que eles cultivam as tradições do país de seus avós “sem cair no nacionalismo”.


Apesar das fortes raízes alemãs, diz a revista, os moradores de Pomerode são “abertos a outras culturas.”

O jornalista Holm estranhou a língua falada na cidade, chamada de “Pomerode-Deutsch” – alemão do tipo Pomerode.

A revista também faz um balanço altamente positivo da vida na cidade às margens do rio Testo, cuja economia vai de vento em popa.

A Der Spiegel relata que a qualidade de vida na cidade é maior que no resto do país, e que a “pequena Alemanha” no sul do Brasil não tem problemas com a violência.

Segundo o artigo, o último crime mais grave cometido na cidade foi o roubo de um táxi em 2006: um ladrão deixou o taxista amarrado à beira de uma estrada.

Nessa ocasião o outro Brasil (fora dos limites da cidade) invadiu a pacata Pomerode, diz o texto.

Um comentário:

Anônimo disse...
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