
Pela primeira vez li um livro de Graham Greene, Der menschliche Faktor (O fator Humano). Aliás, não li, devorei.
Sua maneira fácil de contar sobre temas tão profundos o distingue de escritores que acreditam que a arte de escrever é proporcional à dificuldade do texto.
Greene é surpreendente. No livro trata da posição do homem diante da complexidade do universo amoral. Ele desglamoriza até a figura do super-espião. Sobra apenas a figura de funcionários públicos abrindo e arquivando envelopes. A política serve apenas a interesses escusos, as intrigas que permeiam as relações internacionais. O mundo da espionagem esquece que além do grandes negócios existem seres que lutam pela sobrevivência e dignidade humanas. De leve toca na questão do racismo inglês.
O autor passa descrença e desânimo. É como se desejasse mostrar que não existe razão para lutar - na vida só resta o vazio e a solidão.
A vida de Greene foi por si só uma aventura. Nasceu em 1904. Filho do diretor da escola em que estudava e sobrinho-neto do escritor Robert Louis Stevenson, se sentia um rejeitado. Era triste e melancólico. Tentou o suicídio aos dezessete anos. Graduou-se em Oxford em História, foi jornalista, redator-chefe do Times de Londres e trabalhou em Cuba antes de Fidel. Foi funcionário do Serviço de Inteligência inglês, como espião.
Um comentário:
eu adoro esse autor. acabei de ler esse especificamente. beijos, pedrita
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