01/08/2007

O Fator Humano - Graham Greene

Por essas e outras, constato pouco ter lido da boa literatura mundial. E olha que leio todos os dias da minha vida.

Pela primeira vez li um livro de Graham Greene, Der menschliche Faktor (O fator Humano). Aliás, não li, devorei.

Sua maneira fácil de contar sobre temas tão profundos o distingue de escritores que acreditam que a arte de escrever é proporcional à dificuldade do texto.

Greene é surpreendente. No livro trata da posição do homem diante da complexidade do universo amoral. Ele desglamoriza até a figura do super-espião. Sobra apenas a figura de funcionários públicos abrindo e arquivando envelopes. A política serve apenas a interesses escusos, as intrigas que permeiam as relações internacionais. O mundo da espionagem esquece que além do grandes negócios existem seres que lutam pela sobrevivência e dignidade humanas. De leve toca na questão do racismo inglês.

O autor passa descrença e desânimo. É como se desejasse mostrar que não existe razão para lutar - na vida só resta o vazio e a solidão.

A vida de Greene foi por si só uma aventura. Nasceu em 1904. Filho do diretor da escola em que estudava e sobrinho-neto do escritor Robert Louis Stevenson, se sentia um rejeitado. Era triste e melancólico. Tentou o suicídio aos dezessete anos. Graduou-se em Oxford em História, foi jornalista, redator-chefe do Times de Londres e trabalhou em Cuba antes de Fidel. Foi funcionário do Serviço de Inteligência inglês, como espião.

Um comentário:

Pedrita disse...

eu adoro esse autor. acabei de ler esse especificamente. beijos, pedrita